sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Porque a Casas Bahia é a número um no varejo brasileiro

(este post foi originalmente publicado no Uol)

Dia 26 de dezembro. Minha esposa e eu vamos ao centro de Londrina comprar uma geladeira nova para minha sogra. É o presente de natal, atrasado. Resolvemos fazer uma coleta de preços antes de qualquer coisa e começamos pelo Ponto Frio. Entramos, fomos à sessão dos eletrodomésticos e ficamos comparando modelos e preços. No mínimo, 15 minutos de visita e nenhuma abordagem. Dois ou três vendedores se arrastavam pela loja, demonstrando claramente que estávamos um dia após o natal.

Na visita a Lojas Colombo, outra experiência esquisita. Mesma sensação de final de festa. Vimos todas as opções que a loja oferecia e não fomos abordados. Não estava achando estranho. Afinal, eu próprio estava me arrastando, num misto de tranqüilidade e preguiça.
Resolvemos entrar nas Casas Bahia. Confesso que tenho um preconceito contra essa rede. Ou melhor, tinha. Na porta, o movimento parecia de véspera de natal. A loja, bem iluminada, os vendedores esperando à porta, todos bem vestidos e uniformizados. Fomos atendidos pelo “Márcio”. Se ele trabalhou durante o feriado de natal, se fez hora extra, não deixava transparecer. Já nos atendeu dizendo “Bem vindos às Casas Bahia”. E durante uns 15 minutos nos explicou a diferença entre os vários modelos, as dimensões, o consumo, formas de pagamento, uma aula.

Só que eu sou mineiro. E queria ter certeza de que estaríamos fazendo uma boa compra. Saímos e fomos numa rede local a Dudony. Voltamos ao mundo da má vontade, do cansaço de depois do natal. Fora que o preço à vista das Casas Bahia ficava cada vez mais imbatível.

Ainda pesquisando, vimos uma loja do Magazine Luíza. Toda apagada, apesar de aberta. Não dava para entender. Aberta, mas passando uma sensação de abandono. Lá dentro, um bom atendimento, técnico, sem a mesma atenção e calor, mas bastante correto. O preço? O mesmo das Casas Bahia. E nenhuma disposição de negociar qualquer diferença, para fecharmos negócio.
Voltamos com minha sogra e tivemos outra aula. Enquanto esperávamos o Márcio terminar um atendimento, três outros vendedores nos abordaram. E sempre, ao saber que estávamos esperando um colega deles, falavam: Bem vindos a Casas Bahia.

Assisti o atendimento que estava ocorrendo. O Márcio explicava para um casal, claramente de baixa renda, as melhores formas de financiar um refrigerador. Era quase como um vendedor de carro vendendo um novo modelo para um possível cliente. Entrada, juros, número de prestações, tudo era explicado de uma forma muito didática e paciência.

Fechei negócio, aprendendo uma lição. O mais importante em varejo não é a propaganda, não é o produto. É acordar todos os dias como se aquele fosse o dia mais importante para se fazer negócios.

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