terça-feira, 30 de junho de 2009

Voo 447: O que a TAM tem a ver com isso III

Foram 30 dias entre o acidente da Air France e o da Yemenia. Como ponto em comum entre os dois, a fabricante européia Airbus. Se não ficaram claros os motivos do acidente da companhia francesa, o avião do Iemen já havia sido proibido de voar para a Europa devido às condições de sua manutenção, o que ameniza para o lado da Airbus.

twitter_logo_header

Mas as manifestações contra se voar naquele tipo de aeronave começam a aparecer discretamente. No Twitter, os comentários são vários, a maior parte pequenas piadas, mas que demonstram que as pessoas começam a se preocupar. Hoje, no programa humorístico Pânico, a citação ao risco Airbus deu as caras. Para entrar no imaginário nacional é um pulo.

No Brasil, o risco é todo da TAM, como já citei aqui mesmo no blog. Sua frota é quase toda composta de aeronaves da marca, o que faz dela a representante oficiosa da empresa. Problemas com a Airbus significam problemas para a TAM. E ela já conhece bem o que isso significa, devido aos problemas com os Fokkers. Foram seis longos anos até começarem a substituir a frota.

A330 TAM

Em maio, a TAM perdeu participação e viu a Gol se aproximar ameaçadoramente. Foram mais de 4% a menos de participação de mercado, caindo de 49,2 para 44,9% do total de voos domésticos. Enquanto isso, sua concorrente subiu de 38,7 para 42,0%. E até mesmo a Azul subiu, assumindo um terceiro longínquo lugar, com 4,16%.

Só que é muito cedo para creditar essa perda ao efeito Airbus. O fechamento de junho poderá dizer se existe razão para que os executivos da TAM comecem a se preocupar e a preparar uma operação de guerra para preservar a imagem de sua frota.

Esse é um bom exemplo de caso a ser seguido. O mercado aeronáutico vive entre a cruz e a caldeirinha. De um lado, o medo inexplicável das pessoas utilizarem um dos mais seguros meios de transporte. Do outro, a total dependência de empresas que não tem uma velocidade de resposta rápida o suficiente para abafar possíveis problemas de escala mundial. Não que não queiram. Mas a complexidade do produto é tão grande que qualquer mudança leva anos para surtir efeito.

Acompanhar o desenrolar dos fatos sob o ponto de vista do marketing, observando as ações tanto da Airbus quanto da TAM para preservarem suas respectivas imagens pode nos ensinar como evitar problemas maiores nos pequenos problemas que enfrentamos em nossas empresas.

Quem viver, verá!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Depois de Michael Jackson a comunicação não será a mesma

Podemos afirmar que o superstar Michael Jackson será conhecido no futuro por dois feitos completamente diferentes: primeiro, o recorde de vendas de discos conseguido com Thriller. Seus mais de 100 milhões de cópias vendidas, de acordo com sua gravadora, nunca mais será batido. Principalmente porque a venda de músicas está migrando de álbuns para faixas, devido ao MP3 e à internet.

Thriller

Segundo, porque sua morte será o marco da passagem do mundo offline para o online, do real para o virtual, quando nos referimos a como o mundo se informa e comunica. Em 1994, a morte de Ayrton Senna gerou uma comoção parecida à de Michael Jackson, mesmo que restrita ao Brasil. Todas as TV’s e rádios transmitiram a notícia por horas e horas. Mas nada se compara ao que houve agora com a morte do rei do pop. As pessoas não correram para ligar seus rádios, nem mudaram os canais de suas tv’s. O computador e o celular tomaram o lugar desses meios, provando que passamos a ser uma geração digital e proativa.

O Twitter foi a principal ferramenta de divulgação da novidade. Após o anúncio da morte, pelo site de fofocas TMZ.com, o número de tweets por segundo dobrou. O site saiu do ar, bem como o Google, por não terem dado conta do tráfego extra. O Youtube e a Last.fm foram os meios preferidos para se rever os clipes do artista. E todos os portais dedicaram páginas e páginas (ou vídeos e vídeos) à cobertura da sua carreira.

Lógico que as TV’s e rádios reagiram e fizeram suas homenagens. Bem como os jornais e revistas. Um pouco atrasados, e sempre de uma forma não participativa. Enquanto que a internet ficou coalhada de mensagens de milhares de fãs, os meios tradicionais ainda precisam aguardar os índices de audiência para saberem o quanto suas coberturas atingiram ou não o gosto dos ávidos por informação.

Um marco como este, a morte de um gênio, reforça a principal diferença entre o mundo que está se extingindo e o que está surgindo: o imediatismo. A internet está nos livrando das amarras dos horários fixos com que as televisões nos controlam. Não estou falando que as TV’s não tenham capacidade de entrar com notíciários de última hora para divulgar notícias extraordinárias. Mas só a internet nos permite abraçar a saudade do astro e vermos o que e quanto quisermos de sua carreira, sem que isso seja ditado por um diretor de produção. Ou nos aprofundarmos em assuntos que nos interessem, sem que tenhamos que esperar o horário do começo do noticiário.

Esse é o legado mais importante que a morte de Michael Jackson irá nos deixar. Como cantava Raul Seixas, benvindo ao século XXI!

Guaraná Antarctica e seu viral

Devagar a gente vai vendo as tentativas de serem feitos virais também aqui nas terras brasileiras. Aqui, o viral do Guaraná Antarctica que, se não estourou, tem tudo para tal. E demonstra que uma das principais técnicas para se gerar um virus é entender a mensagem como complementar à toda a comunicação de marketing, mas principalmente de uma forma divertida. 

sexta-feira, 26 de junho de 2009

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Luto: morreu o verdadeiro rei do pop

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Lufthansa e sua sala 3D

A Lufthansa encomendou e a Whitevoid realizou a simulação do tráfego aéreo mundial. O resultado é incrível e dá uma noção da complexidade que se tornou voar hoje em dia. E o mais interessante: o vídeo só mostra os 16 mil voos diários da empresa e das suas associadas na Star Aliance. Imagine, então, se fossem representados todos os padres e seus voos de balão!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Xbox 360 melhor que o Wii II

Meu amigo Wilson Oura fez um comentário muito apropriado sobre o que a Microsoft fez ao desenvolver um videogame sem controle remoto. De acordo com ele, o que estão fazendo é substituir a imaginação. Diria até mais. Eles estão a controlando, a partir do momento que fazem com que várias pessoas tenham o mesmo pensamento.

Mas não dá para negar que o videogame vem moldando o jeito de pensar das novas gerações. Dan Tapscott, professor e estudioso do que ele chama NetGen, a geração moldada a partir do mundo virtual, discorre em seu livro Grown Up Digital sobre as pesquisas feitas que demonstram a agilidade mental daqueles que crescem jogando nesses consoles.

Atari 

O que ele não aborda, por ser relativamente novo, são as diferenças entre o comportamento das diversas gerações de videogame. Aqueles que cresceram jogando em Atari aprenderam a controlar o joystick. Que foi importado para o interior do Airbus, substituindo o manche até hoje usado nos Boeings. Razão pela qual os pilotos com idade próxima aos 30, 40 anos se dão melhor no comando das aeronaves européias.

cabine_de_comando_do_airbus_a380

O Playstation trouxe a miríade de botões e controles para serem apertados simultaneamente. Jogar deixou de ser uma brincadeira e passou a ser um trabalho de profissionais. Infantis, mas profissionais. Afinal, quem não aprendeu a combinação dos comandos aos 12, 13 anos, dificilmente teria outra oportunidade na vida.

playstation 

Os controles de computador, de uma certa forma, refletem essa mesma forma de pensar, ao desenvolverem tantos Control+C, Control+V, Control-x, etc. Acionar os comandos dos programas passa a ser uma combinação que só os iniciados conseguem aprender.

O controle do Wii é uma primeira volta ao passado. É a primeira simplificação que agora é completada pela inexistência de controle do Xbox. Novamente, a forma de interagir com o videogame e com os computadores tem uma interrelação gutural. Ésó você pensar nos comandos de dedo do iPhone, hoje presentes nos computadores da Apple e que começam a ser imitados por todos os fabricantes de celulares e PC’s. É a volta do simples, da intuição.

Braços abertos

Lógico que isso irá se refletir no desenvolvimento de novos programas e novas aplicações. Só fico preocupado em pensar os futuros aviões, com os pilotos em pé nas cabines, braços abertos e fingindo que estão voando. Até que pode funcionar, com os aviões respondendo aos comando feitos por eles em frente aos painéis de controle. Só que me assustar pensar o que pode ocorrer no momento do pouso, se um deles resolve espirrar.

Melhor não. Melhor continuar com os atuais comandos.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Xbox 360 melhor que o Wii

Wii apareceu e salvou a Nintendo. Trouxe uma nova forma de pensar em videogames que abandonava os complexos controles e facilitava a vida dos jogadores, independente da idade. Virou um sucesso.

Agora a Microsoft (sempre ela) vai mais longe e cria um novo tipo de videogame que não necessita de nenhum controle, pois reconhece o movimento corporal de quem se posiciona na frente do aparelho para funcionar como comandos.

Não sei se é uma evolução. Deixar de usar controles e passar a usar o próprio corpo me parece voltar ao que sempre foi o ato de brincar no passado. Mas de uma forma agora digital. O mais importante é que continua o caminho iniciado pela Nintendo de não se dirigir ao mundo dos aficcionados e viciados em jogos e tentar conquistar todo tipo de pessoas.

Essa sim uma evolução em termos de marketing…

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Pirataria se torna legal

Foi um belo tiro pela culatra. No começo deste ano a indústria fonográfica conseguiu vencer nos tribunais a ação contra o Pirate Bay, um dos principais sites de torrents do mundo. Seus quatro fundadores foram condenados a a um ano de prisão mais multa de alguns milhões de dólares. Agora a pirataria conseguiu uma revanche em cima dos seus algozes. O Partido Pirata, criado na Suécia para representar todos que questionam os direitos autorais, conseguiu eleger dois dos 18 representantes suecos no Parlamento Europeu. O jogo está empatado.

Piratpartiet

O que chama a atenção nessa eleição é que, pela primeira vez na história, estamos assistindo a legalização da pirataria. Ela passa a ter representantes legalmente eleitos. Significa dizer que as pessoas estão levantando suas vozes contra o atual conceito do que representa direitos autorais.

Para dizer a verdade, não tenho um ponto de vista definitivo sobre o assunto. Creio que o que existe hoje não vai durar por muito mais tempo. Mas tenho certeza de que tentar barrar a mudança, como a indústria fonográfica vem tentando fazer, é a pior solução possível. É como tentar barrar um rio com as mãos. Um pouco de água você segura. Mas chega uma hora que você morre afogado.

Piratas do Caribe

O mais interessante de tudo é ver como a tecnologia vem mudando os conceitos que existiram por tantos anos. E vem tornando uma palavra que por anos representou a criminalidade num tema cool.

E viva os Piratas do Caribe!

Leia também:

O julgamento do ano

PirateBay. O julgamento do ano II

Internet: Adeus ao copyright

Copyright II

quinta-feira, 18 de junho de 2009

E numa canetada, lá se vai o mercado de escolas de jornalismo para o espaço

Sob qualquer ângulo que se olhe, os números são assustadores. Hoje, o Supremo Tribunal Federal acabou com a exigência de diploma universitário para o exercício da profissão de jornalista. De acordo com o levantamento de 2007 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação, o Brasil tem hoje 546 cursos de jornalismo com 179 mil aspirantes a jornalistas. Isso, sem considerarmos os 26 mil que chegam ao final de seus cursos anualmente.

Diploma

Considerando-se que uma pequena parte dessas vagas é ofertada por universidades públicas, podemos dizer que o governo acabou com um mercado significativo na área educacional numa simples canetada. Não sei precisar o valor desse mercado, mas se cada um desses 179 mil estudantes tiverem pago R$ 250,00 por mês para suas respectivas escolas, estaríamos falando de um mercado de mais de cinco bilhões de reais por ano!

A discussão de se jornalista precisa ou não ter diploma para exercer a profissão é antiga. O maior argumento dos que querem a dissolução da exigência é que ela não garantiria a qualidade do profissional, além de proibir bons candidatos em potencial de exercerem a profissão. Pessoas como os vários comentaristas televisivos, seja de futebol, economia, cinema, etc. que seriam obrigados a apresentar o diploma. Para mim, dois argumentos falhos. Primeiro, porque formar não garante que um engenheiro ou médico seja competente. Isso vem com o exercício diário da profissão. Segundo, porque nunca foi proibido a especialistas exercerem o jornalismo.

O ministro Gilmar Mendes declarou que “a profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia” e por isso não seria necessário exigir um diploma para exerce-la. A decisão abre, inclusive, espaço para a discussão de outras profissões que não exijam conhecimento técnico para seu exercício.

Com certeza, veremos uma revolução no ensino universitário no Brasil. Criar um novo curso exigirá uma maior avaliação por parte das instituições de ensino. É acompanhar o mercado e ver.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Propaganda quando é boa é boa mesmo III

Claro lançou hoje novo comercial de seu programa de fidelização. A partir de agora, cliente da operadora tem 50% de desconto em cinemas da rede Cinemark. Misturar máfia e Cidade de Deus deu um resultado interessante. Melhor ainda é prestar atenção às referências escondidas nos 30 segundos.

As crianças precisam de Activia

Conta a história que a Danone estava para ser fechada no Brasil quando, numa última tentativa, lançou o seu produto da linha de alimento funcional. Além de salvá-la de deixar de existir, o Activia passou a ser o iogurte líder de mercado brasileiro.

Danone Activia

Talvez a embalagem verde e amarela, bem como a seta estilizada apontando para baixo sejam as imagens mais copiadas e adaptadas por produtos similares, buscando um pouco da excelente imagem que o produto gerou junto aos consumidores.

Já valeria a lição de marketing se pensássemos somente no lançamento de um produto premium, que criou uma nova categoria no Brasil. Mas é interessante acompanhar o trabalho que eles vem fazendo para ampliar o público de Activia.

Primeiro, para eliminar as rejeições ao produto e às dúvidas relativas ao seu efeito, lançaram o Desafio Activia, que já entrou no calendário anual da Danone. Tomou o iogurte regularmente e não teve o intestino regulado? É só entrar em contato com a fábrica francesa que seu dinheiro é devolvido. Quantas campanhas você se lembra dizerem que seu dinheiro será devolvido após o consumo do produto? Eu não me lembro de nenhuma outra.

Agora, ampliam o perfil dos consumidores. Junto às mulheres, maior público alvo, passaram a direcionar esforços para as crianças, através de um comercial em que uma mãe diz ter adotado o produto na alimentação regular dos filhos.

Estão esticando a corda para ver até onde ela aguenta. De um lado novos consumidores, de outro, novas variações sobre a mesma marca. Lógico que essa ampliação tem limite. Mas não dá para conhecê-lo sem tentar ultrapassá-lo.

Bom marketing é isso. Entender não o que o cliente quer. Mas sim o que o cliente precisa e não sabe.

domingo, 14 de junho de 2009

Como sua mesa de trabalho será no futuro

Parece um pouco futurista demais, lembra a Microsoft Surface, mas dá uma idéia clara do que vem pensando os homens do hardware para o futuro dos computadores.

Permitir que as mesas de trabalho se comportem como imensas telas e que o simples contato de objetos nos forneça informação muda o comportamento de qualquer ser humano frente ao que chamamos escritório.

E gera novas interações no ponto de vendas, pois as superfícies de exposição passam a exibir informação, bem como serem instrumentos para transferência de mensagens. Já pensou? Você chega numa loja de roupas, a blusa que você quer está exposta numa mesa dessas, com todas as informações sobre cor, tamanho ao seu lado. Você coloca seu celular na mesa e, magicamente, as informações são transferidas para dentro dele. Você pode arrastar uma foto sua para a mesa e “ver” como você ficará vestida com a blusa. Dá para sonhar com tudo quanto é tipo de interação. E pensar que o ponto de vendas nunca mais será o mesmo.

A novidade é da Asus, a mesma empresa que revolucionou o mercado de notebooks ao lançar o eee pc, primeiro modelo de netbook do mercado mundial. Nascida em Taiwan, sua missão é se tornar a líder em inovação mundial. Não sei se chega lá, mas que já tomou o caminho certo, isso com certeza!

sábado, 13 de junho de 2009

Voo 447: o que a TAM tem a ver com isso II

Ninguém mais fala da turbulência que o voo da TAM sofreu no último dia 26 de maio, quando alguns passageiros precisaram ser socorridos e até operados. Uma perda repentina de altitude pouco antes de pousar foi rapidamente esquecida após a tragédia do voo 477 da Air France.

Airbus TAM

O pitot virou o grande vilão do momento, mas nos últimos dias seis aeronaves Airbus passaram por problemas, três dos quais relativos a falhas elétricas. O último com uma aeronave da TAM, que se preparava para levantar voo do aeroporto de Florianópolis, na quinta feira passada. A Airbus já soltou press-release afirmando que seus aparelhos são seguros.

A TAM está silenciosa. No que está certa. Não é hora para ela se expor desnecessariamente, já que a própria fabricante tomou para si a  missão de acalmar os possíveis passageiros das diversas companhias aéreas que usam seus produtos por todo o mundo.

Por outro lado, podemos ter certeza que suas concorrentes, seja a Gol que voa com Boeings, seja a Azul, que usa aviões da Embraer, irão ficar quietas nesse momento. Um acidente aéreo não afeta somente uma empresa. Afeta todo o mercado de viagens aéreas, diferentemente do que ocorre quando vemos alguma montadora de automóveis passar por problemas. Ela sofre e seus concorrentes ganham com isso. É só ver como a General Motors vem perdendo participação de mercado para suas concorrentes.

É, o mercado é realmente um bicho esquisito.

terça-feira, 9 de junho de 2009

E agora, Extra Eletro? O que fazer com o Ponto Frio?

A primeira reação de vários analistas foi antever o desaparecimento da marca Ponto Frio, após sua aquisição pelo Grupo Pão de Açucar. Durante a coletiva, Abílio Diniz teve que dizer que não está nos pensamentos do grupo por enquanto transformar as lojas compradas em Extra Eletro.

Ponto Frio Eu arriscaria dizer que não está, nem nunca estará, por uma razão muito simples: O Grupo Pão de Açucar tem um pensamento multimarcas. Adota diferentes nomes para suas redes de supermercados e dificilmente altera os nomes das redes que vem comprando ao longo dos anos. É só ver o caso da rede Compre Bem, em São Paulo, e Sendas, no Rio de Janeiro.

Monomarcas são vários de seus concorrentes, atuais, como o Carrefour, ou futuros, como as Casas Bahia. Habitualmente, as redes adquiridas são renomeadas com o passar do tempo. Alguém aí se lembra da rede Mineirão, Planaltão, Roncetti ou Rainha que mudaram para Champion e depois para Carrefour Bairro? Ou alguém tem dúvidas que a Casas Bahia fará com a Rede Romelsa o que fez com as lojas Mourão e Spirandelli nos anos 90?

Falo que as Casas Bahia são um novo concorrente, mas para eles o mercado não é totalmente desconhecido. Dez por cento de seu faturamento em 2008 veio do segmento de eletrodomésticos. Esse número irá pular para 26%. E isso já demonstra o quanto o Pão de Açucar poderá melhorar os resultados, pois, no ano passado, as 46 lojas do Extra Eletro faturaram 2 bilhões contra os 3,8 bilhões das 455 lojas do Ponto Frio.

De qualquer ponto de vista que se olhe, manter as marcas Extra Eletro e Ponto Frio parece uma boa escolha. Se tivesse que apostar, o futuro do pinguim está assegurado.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Itaú/Unibanco e o Café do Brasil: Da série de anúncios iguais VI

Confesso que eu virei fã da campanha que o Unibanco adotou depois de sua fusão com o Itaú. A mudança tem sido feita sutilmente, de forma a acostumar o cliente Unibanco com o novo padrão. Abandonado o desenho animado, os ícones continuam existindo e passaram a ser referidos pelas crianças nos novos comerciais, numa mistura de imagens reais e animação. Até o uso da cor laranja em detalhes do comercial, como almofadas, paredes ou móveis vai ajudando na transição, bem como o frame de texto.

 Unibanco

Agora, descubro outro fã da linha adotada: O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Sua nova campanha, a favor do Café do Brasil, reproduz todos os símbolos da campanha do Unibanco. Estão lá: a relação entre desenho animado e filmagem, com a criação de um bichinho que, se não é o dinheiro com olhos, mãos e pés, é o grão de café vestido de super-herói, a cor laranja em certos detalhes e até o frame com seus cantos arredondados.

 Café do Brasil

Veja os dois exemplos publicados nesse último fim de semana e me diga. Não são anúncios de uma mesma campanha?

Leia também o post anterior Bye-bye, Unibanco

Ruas do Brasil: Agora em novo endereço

Foram pouco mais de duas semanas para chegar a uma conclusão lógica: Ruas do Brasil não pertence a este blog. Aqui eu falo de marketing. Lá eu falo de um outro interesse meu, a geografia e as cidades do Brasil. Ele é, em si, um outro blog.

ruasdobrasil.wordpress.com

Nasceu, então, a idéia de gerar um spinoff, um filhote, e torná-lo independente. De hoje em diante você pode acompanhá-lo no endereço ruasdobrasil.wordpress.com. Espero você lá.

sábado, 6 de junho de 2009

Voo 447: O que a TAM tem a ver com isso.

Não vou falar do acidente do avião da Air France sob o ponto de vista humanitário. Para isso, todas as revistas e jornais brasileiros dedicaram páginas e páginas nos últimos dias. Quero analisar a ameaça que ele representa para o posicionamento de uma outra empresa, a TAM.

Como todos sabem, a TAM cresceu atravessando os céus brasileiros com o modelo Fokker 100, dos quais ela chegou a ter uma frota de 50 aeronaves. Tudo ia bem até que, em outubro de 1996, o modelo batizado de Number One não conseguiu decolar do aeroporto de Congonhas e causou o primeiro grande acidente daquela empresa.

Number One Tam

Foram necessários seis anos até que chegasse o primeiro Airbus da companhia. E nesses anos todos, o estigma da baixa qualidade da frota rondou a empresa. Nesse período, a TAM fez todo o seu marketing convergir para a modernidade e segurança do avião europeu.  Sua frota inclusive cresceu incorporando basicamente os modelos da Airbus e, atualmente, 122 das 129 aeronaves são daquela fábrica.

Airbus TAM

Em 2007, um de seus Airbus explodiu contra um de seus prédios em São Paulo. Um erro dos pilotos foi dada como a razão do acidente. Agora, cai esse voo da Air France. E as pessoas começam a falar do quanto é seguro ou não voar em aviões dessa fábrica.

Para a TAM e a Airbus, a demora em se solucionar o que ocorreu com o voo 447 é um problema. Dá margem a especulações de toda natureza, a principal das quais sobre a aeronave. A solução virá. Mas seria muito perigoso para o futuro da TAM necessitar mudar novamente a composição de sua frota.

Nada pode ser feito nesse momento. Mas que a TAM irá precisar reforçar a imagem do modelo Airbus, isso com certeza ela precisará.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Ruas do Brasil: 5 de junho

Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Meio ambiente me lembra Amazônia. Amazônia me lembra Manaus. E é em Manaus que encontramos nossa Rua Cinco de Junho.

Bola do Coroado

A foto acima é da Bola do Coroado, que é como eles chamam a rotatória por lá. No caso, com a projeção de um novo viaduto. Mas o que é impressionante nessa foto é a presença da Floresta Amazônica, do outro lado da avenida.

E não me venha com piadinhas que na foto a gente só vê meio ambiente…

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Ruas do Brasil: 4 de junho

Realmente esta data é um refresco nos acontecimentos mundiais. Nossa cidade com a Rua Quatro de Junho é Porangaba, uma pequena cidade do interior paulistano, próxima a Botucatú. Ela é uma pacata cidade de 8 mil habitantes e, portanto, nem o Google Maps, nem o Google Earth mostram o mapa da cidade.

Igreja Matriz de Porangaba Igreja Matriz de Porangaba

De importante no mundo, podemos citar o fato curiosíssimo da eleição em 1992, pelo correio americano junto ao público, da imagem do Elvis jovem para ilustrar a nova estampa do seu selo.

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Realmente, o Elvis velho deve estar revirando no caixão de raiva.

Uma nova medicina

A University of New South Wales, da Austrália, acaba de trazer à tona uma nova e revolucionária técnica médica. Não podemos nem dizer que é um transplante no sentido habitual da palavra, nem operação. Em pacientes cegos, eles transplantam células tronco de um olho normal para outro, cego. Isso, através de uma lente de contato cultivadas com as células por apenas dez dias. Menos de um mês após, os pacientes voltam a enxergar com o olho cego, depois da multiplicação das células, repondo as antigas com problemas.

É uma técnica nova e, por isso mesmo, ainda em desenvolvimento. Mas já demonstra a revolução que iremos presenciar na medicina, com técnicas menos invasivas e mais naturais. Ficam as perguntas para todos nós, pessoas de marketing: Como será que nossa função irá funcionar nesse novo mundo? Como avaliar e divulgar produtos concorrentes nessa nova realidade?

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ruas do Brasil: 03 de junho

São Leopoldo é um dos vales do silício brasileiros. Isso, devido ao investimento da Unisinos em criar um pólo de informática por lá. É lá que se localiza nossa Rua 03 de junho.

Estação de Trem - São Leopoldo 

Conta a história que existiu muita rivalidade entre os moradores de Novo Hamburgo e São Leopoldo. Como existiu entre brancos e negros nos Estados Unidos. Entre as duas cidades gaúchas, a rivalidade ficou na história há muito tempo. Entre os negros e brancos americanos, o dia 03 de junho marcou o fim da dissensão, com a eleição de Barack Obama para candidato a presidente dos Estados Unidos.

Barack Obama Essa é a vantagem da vida. Os conflitos sempre chegam a um final.

General Motors: É preciso muita coragem

É preciso muita coragem para, enfrentando toda a pressão de uma concordata, ir ao ar com um comercial que abre as portas da empresa para sua reestruturação. A General Motors teve essa coragem. Hoje estréia a nova campanha da empresa, posicionando o atual momento como uma fase necessária para sua reestruturação.

Em seu esforço para ser transparente, um novo site, gmreinvention.com, foi colocado no ar e será a plataforma de comunicação com todos os americanos. Apesar da Advertising Age chamar a atenção para todos os clichês que o comercial acima tem, uma coisa eu digo: Se tinha dívidas com relação ao futuro da empresa, agora torço para o rápido reestabelecimento da General Motors.

Afinal, não é todo mundo que enfrenta uma barra dessas de cabeça erguida.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Ruas do Brasil: 02 de junho

Balsas me chamou atenção por um detalhe que a muito não via: as lavadeiras que se utilizam do rio que deu nome à cidade para lavar suas roupas.Lavadeiras lavando roupa no Rio Balsas

A rua 2 de junho e Balsas, com seus 81 mil habitantes, estão localizadas no Maranhão. E o rio, que corta a cidade, serve a todos, porque também é nas suas margens que as pessoas se refrescam, como se estivessem na praia.

Rio Balsas (beira-rio)

Foi nesta data que a primeira sonda lunar pousou em segurança na Lua, no ano de 1966. A Surveyor 1 transmitiu as primeiras fotos da superfície do satélite. São 43 anos desde aquela transmissão. Mas se hoje em dia a CNN existe e transmite ao vivo de todo planeta, se temos computadores e internet funcionando, muito dessa desenvolvimento veio de ações como a que gerou esta foto aí embaixo:

Surveyor 1 image Venhamos e convenhamos: existe uma distância enorme entre aquelas lavadeiras e a conquista da Lua.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Google ainda vai dominar o mundo

Nem bem a Microsoft mostrou sua nova ferramenta de busca, o Bing (que já está sendo chamado de But It’s Not Google), e a Google reage e pré-lança o Wave. Pré-lança? Isso mesmo. A ferramenta só chega no final do ano, mas eles já divulgaram, em detalhes no evento Google I/O.

O evento em si é um encontro de desenvolvedores de ferramentas open protocol, para que eles possam conhecer melhor o que se passa no mundo Google e desenvolver produtos utilizando-se das facilidades da empresa. E pré-lançar o Wave no evento é garantir seu sucesso, pois permite que até a data do seu lançamento existam diversos programas prontos para lhe agregar utilidade. Só essa lição já valeria, para pensarmos como agregar conhecimento externos aos lançamentos de nossos produtos e serviços.

Google Wave

Ma o que realmente me chamou a atenção é a volta de um assunto que, em computação, é recorrente. Há quase 20 anos atrás, a tendência das grandes empresas era substituir seus computadores pessoais por pequenos terminais chamados burros e agregar capacidade computacional aos grandes servidores. Assim, as pessoas fariam seus trabalhos remotamente. Essa tendência foi deixada de lado, na medida em que os programas da Windows iam exigindo mais capacidade das máquinas e a mobilidade dos laptops demandava o trabalho ser feito na máquina do usuário.

Agora, voltamos à época dos grandes servidores e terminais burros. Não concorda? Pense então o que é a computação em nuvens. Toda a sua capacidade computacional é transferida para a internet e reside nas “nuvens” dos grandes servidores da Microsoft, da Google e outros. E o que é o fenômeno Netbook senão um laptop com menos capacidade e, portanto, mais burro?

O que me despertou para esse fato foram dois charts simples que Lars Rasmussen, um dos dois irmãos que estão desenvolvendo o Wave, mostrou na sua apresentação:

O mundo do e-mail O mundo do e-mail

O mundo de Wave

O mundo de Wave

Se você reparar, no mundo do e-mail, cada um dos computadores precisa ficar com uma cópia. É a sua caixa de entrada atual. No mundo de Wave, só uma cópia central, guardada num grande servidor, serve a todos. Vendo você até pensa: Mas não é assim que funciona o Gmail? Sim e não. A grande mudança do novo sistema é permitir que todo mundo, ao mesmo tempo, acesse o mesmo arquivo e o modifique simultaneamente. Parece uma zona. E é, para quem não tem convivido com Blogs, Twitters, Wikis e todas as parafernálias tecnológicas atuais. Para quem já tira de letra as novas tecnologias é um avanço e tanto. E assim será o futuro das relações profissionais (e pessoais).

A grande pergunta que não quer se calar é: O que essa nova forma de relacionamento, colaborativa, irá desencadear nas relações de trabalho num futuro próximo? Como será o desenvolvimento de um carro, por exemplo, das próximas gerações? Se até agora desenvolver um novo modelo era guardado a sete chaves, para evitar que os segredos fossem revelados aos concorrentes, o que esse exemplo da Google, que disponibilizou, na íntegra, um vídeo de uma hora e vinte minutos contando sua estratégia, irá significar na mudança dos paradigmas de desenvolvimento de novos produtos?

Não dá para assistir essas mudanças e não pensar nas suas consequências. De duas uma, ou a gente surfa na onda, ou o mar irá afogar as empresas que não se adequarem à nova realidade.

Ruas do Brasil: Primeiro de junho

Fica em Rondônia a nossa Rua Primeiro de junho. Em Cacoal, para ser exato. O nome da cidade veio da quantidade de árvores de cacau na região. Apesar da área ter sido povoada por causa da plantação de café.

Rio Machado - Cacoal

Com 78 mil habitantes, é uma das cidades mais populosas do estado. Fundada em 1977, ela é somente três anos mais velha do que a CNN, a Cable News Network, o maior canal de tv de notícias do mundo.

CNN

Em 1980, quando Ted Turner fundou a CNN, existia uma corrente que dizia que o canal não iria vingar. Mas coberturas exclusivas de eventos mundiais fizeram com que ela se tornasse fonte de referência para todos os seus concorrentes e comprovaram o acerto da sua criação.

Challenger explosion

Primeiro a explosão da nave espacial Challenger, onde o canal era o único presente a transmitir, ao vivo, o lançamento fatídico.

CNN Gulf War nightscope January 1991

Segundo, o início da Guerra do Golfo, com transmissões diretas de dentro do Iraque no momento exato em que se iniciaram os bombardeios.

Hoje em dia, o próprio governo americano reconhece a influência que as coberturas ao vivo, iniciadas pela CNN, tem nas suas decisões. Essa influência, inclusive, é chamada de “Efeito CNN”.

 
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