terça-feira, 30 de junho de 2009

Voo 447: O que a TAM tem a ver com isso III

Foram 30 dias entre o acidente da Air France e o da Yemenia. Como ponto em comum entre os dois, a fabricante européia Airbus. Se não ficaram claros os motivos do acidente da companhia francesa, o avião do Iemen já havia sido proibido de voar para a Europa devido às condições de sua manutenção, o que ameniza para o lado da Airbus.

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Mas as manifestações contra se voar naquele tipo de aeronave começam a aparecer discretamente. No Twitter, os comentários são vários, a maior parte pequenas piadas, mas que demonstram que as pessoas começam a se preocupar. Hoje, no programa humorístico Pânico, a citação ao risco Airbus deu as caras. Para entrar no imaginário nacional é um pulo.

No Brasil, o risco é todo da TAM, como já citei aqui mesmo no blog. Sua frota é quase toda composta de aeronaves da marca, o que faz dela a representante oficiosa da empresa. Problemas com a Airbus significam problemas para a TAM. E ela já conhece bem o que isso significa, devido aos problemas com os Fokkers. Foram seis longos anos até começarem a substituir a frota.

A330 TAM

Em maio, a TAM perdeu participação e viu a Gol se aproximar ameaçadoramente. Foram mais de 4% a menos de participação de mercado, caindo de 49,2 para 44,9% do total de voos domésticos. Enquanto isso, sua concorrente subiu de 38,7 para 42,0%. E até mesmo a Azul subiu, assumindo um terceiro longínquo lugar, com 4,16%.

Só que é muito cedo para creditar essa perda ao efeito Airbus. O fechamento de junho poderá dizer se existe razão para que os executivos da TAM comecem a se preocupar e a preparar uma operação de guerra para preservar a imagem de sua frota.

Esse é um bom exemplo de caso a ser seguido. O mercado aeronáutico vive entre a cruz e a caldeirinha. De um lado, o medo inexplicável das pessoas utilizarem um dos mais seguros meios de transporte. Do outro, a total dependência de empresas que não tem uma velocidade de resposta rápida o suficiente para abafar possíveis problemas de escala mundial. Não que não queiram. Mas a complexidade do produto é tão grande que qualquer mudança leva anos para surtir efeito.

Acompanhar o desenrolar dos fatos sob o ponto de vista do marketing, observando as ações tanto da Airbus quanto da TAM para preservarem suas respectivas imagens pode nos ensinar como evitar problemas maiores nos pequenos problemas que enfrentamos em nossas empresas.

Quem viver, verá!

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