quinta-feira, 18 de junho de 2009

E numa canetada, lá se vai o mercado de escolas de jornalismo para o espaço

Sob qualquer ângulo que se olhe, os números são assustadores. Hoje, o Supremo Tribunal Federal acabou com a exigência de diploma universitário para o exercício da profissão de jornalista. De acordo com o levantamento de 2007 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação, o Brasil tem hoje 546 cursos de jornalismo com 179 mil aspirantes a jornalistas. Isso, sem considerarmos os 26 mil que chegam ao final de seus cursos anualmente.

Diploma

Considerando-se que uma pequena parte dessas vagas é ofertada por universidades públicas, podemos dizer que o governo acabou com um mercado significativo na área educacional numa simples canetada. Não sei precisar o valor desse mercado, mas se cada um desses 179 mil estudantes tiverem pago R$ 250,00 por mês para suas respectivas escolas, estaríamos falando de um mercado de mais de cinco bilhões de reais por ano!

A discussão de se jornalista precisa ou não ter diploma para exercer a profissão é antiga. O maior argumento dos que querem a dissolução da exigência é que ela não garantiria a qualidade do profissional, além de proibir bons candidatos em potencial de exercerem a profissão. Pessoas como os vários comentaristas televisivos, seja de futebol, economia, cinema, etc. que seriam obrigados a apresentar o diploma. Para mim, dois argumentos falhos. Primeiro, porque formar não garante que um engenheiro ou médico seja competente. Isso vem com o exercício diário da profissão. Segundo, porque nunca foi proibido a especialistas exercerem o jornalismo.

O ministro Gilmar Mendes declarou que “a profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia” e por isso não seria necessário exigir um diploma para exerce-la. A decisão abre, inclusive, espaço para a discussão de outras profissões que não exijam conhecimento técnico para seu exercício.

Com certeza, veremos uma revolução no ensino universitário no Brasil. Criar um novo curso exigirá uma maior avaliação por parte das instituições de ensino. É acompanhar o mercado e ver.

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