quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Copyright II

Eu levantei a bola, outro dia, da ameaça que a tecnologia atual vem fazendo aos direitos autorais. Lógico que, numa análise histórica, a idéia de direitos autorais é uma realidade relativamente nova. Até podemos dizer que as pessoas ganhavam dinheiro com suas idéias. Mas a profanação de seus direitos não ocorria muito mais por uma dificuldade de se fazer cópias do que por respeito às idéias alheias. A primeira pirataria conhecida oficialmente ocorreu nos mosteiros da idade média, quando os padres passavam dias e dias copiando livros e bíblias. Não lembro de ter ouvido falar que eles pagavam aos autores, nem que eram presos por cópias falsas.

A informatização e a internet vêm revolucionando essa prática. Ainda lembro das discussões em torno da fita cassete, quando ela apareceu. Não que eu seja tão velho, mas está documentado para qualquer vque queira pesquisar um pouco o assunto. O grande embate era que o gravador de fitas permitiria a qualquer um copiar músicas e não pagar os direitos aos cantores e compositores. A diferença é que era um porre fazer a tal das cópias. Se você queria uma fita de uma hora, se preparasse para ficar duas horas em frente aos aparelhos. Haja paciência! Hoje, você copia um cd de horas de música em poucos minutos.

Na contramão de todos que tentam segurar o inevitável existe uma ONG que prega o direito livre, a Creative Commons. http://creativecommons.org/ Não é que ela pregue a falta de copyrights. Sua perspectiva é diferente: sugerir aos artistas que liberem suas criações para que elas sirvam de base para outros artistas. É uma forma inteligente de ver a questão.

No Brasil, o primeiro artista a liberar os direitos para outros autores foi ninguém menos do que Gilberto Gil. Ele publicou, há alguns anos, uma música com direitos completamente abertos. Não é atôa que ele, sexagenário, é mais jovem do que alguns grupos de adolescentes que existem por aí.

Vale a pena gastar um tempo pensando no que essa mudança irá afetar a nossa indústria de artes e publicidade. Pois, pior, é tentar tapar o sol com a peneira.

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