domingo, 21 de fevereiro de 2010

Marquetólogo é marquetólogo, consumidor é consumidor



Sou meio encanado com algumas características dos profissionais de marketing, dos quais faço parte. Parece que existe uma barreira na porta da maior parte das empresas que faz com que o marquetólogo-consumidor se esqueça das suas opiniões como consumidor e passe somente a pensar como marquetólogo. Sabe aquelas coisas esquisitas que a gente vê nas empresas e fica se perguntando se o responsável pela empresa usa seu próprio produto? Pois é. Não consigo entender porque isso acontece.

Exemplos existem vários, mas me passa na cabeça neste momento os copinhos de plástico de cafezinho e as toalhas de papel dos banheiros públicos. Para mim, os fabricantes desses dois tipos de produto foram em direção contrária do como os consumidores usam seus produtos.


Veja os copinhos. Os responsáveis foram afinando tanto as suas paredes, para ficarem mais baratos e assim venderem mais do que os concorrentes, que o consumidor passou a sempre usar dois de cada vez, para não queimar os dedos.


No caso das toalhas é o contrário. Quem já não viu aquele aviso esquisito: Somente duas toalhas são o suficiente para secar as mãos. Alguns até apelam para o meio ambiente, dizendo que assim será gerado menos lixo. A sensação que tenho é que, por trás, está a preocupação de provar para o cliente que elas são mais caras que os concorrentes, mas que o consumidor usará menos toalhas, fazendo o custo de reposição ser menor.


O problema é que em ambos os casos, sempre que vejo alguém utilizando copinhos e toalhas, é na direção contrária do que as empresas pregam. Sempre dois copinhos. Sempre mais de duas toalhas. E a propagada economia vai pro beleléu.


Na minha cabeça faz sentido copinhos mais espessos e toalhas mais finas. Não sei o que você pensa. Mas sinto que tem muitos copinhos finos e toalhas grossas no mercado como um todo. Resultado do jeito torto de pensar. Ajustar esse pensamento só pode ser benéfico para as empresas. E só depende dos marquetólogos não deixarem seu lado consumidor dependurado nas portarias de suas empresas.

3 comentários:

Ace Face disse...

Olá Murilo.Realmente interessante o pensamento levantado nessa postagem.

Te enviei um email logo depois que vi seu comentário, em dezembro ainda, se não me engano.Mas como já faz um tempo e não tive resposta fiquei me perguntando se enviei para o endereço certo.O email que eu enviei foi para o endereço que vi no seu perfil, o camu.moreno@hotmail.com

Fico no aguardo!
Abraços.

Hugo Nute.

Diana Pádua disse...

Excelente, Murilo. Também sinto isso. O que ocorre, a meu ver, é que a maioria das empresas não percebe a importância das pesquisas, e de ter um canal aberto com o consumidor.

Uma outra visão que percebo, mais em empresas pequenas, é a de que o profissional de marketing é um faz-tudo. Que qualquer área está incluída no Marketing, e não pode sobreviver de forma autônoma. E aí, juntando com a "falta da visão do consumidor", coisas que não nasceram para ter uma visão mercadológica estrita, pq o foco deve ser diferente, acabam incluídas na lógica do marketing.

Abs,
Diana

Anônimo disse...

Idiota. A empresa que faz copos quer passar um preço baixo e pronto. Já no dia-a-dia, depois de pagos os copos, o estabelecimento se tiver que usar 2 ou mais copos não vai notar que se tivessem comprado copos mais grossos, ou não, utilizaria menos dos mesmos. Fato é que a hora da compra é decisiva e depois, fazendo uso e para a finalidade, o dia-a-dia trará o esquecimento até a próxima compra.

 
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