sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Adeus e-mails, olá velocidade

Em setembro falei de como as crianças estão matando o e-mail. O Estadão publicou uma matéria demonstrando que as crianças estão abandonando o e-mail em troca das redes de relacionamento e os instant messengers. Elas deixam de se comunicar ao estilo analógico - primeiro eu falo e você escuta, depois você fala e eu escuto - e passam a se comunicar digital - eu falo e escuto você e todos os outros, tudo ao mesmo tempo.

Ainda levantei a questão do fim do copyright. A facilidade e rapidez com que se divulga e troca-se arquivos, seja de música, seja de filmes, criando uma barreira enorme contra os proprietários de copyrights que desejam, ou tentam, manter o controle daquilo que eles não entendem.

Somado a esses dois fonômenos, falei da aceleração da velocidade da vida, resultado da internet.

Se eu somo esses três fatores, o que nós temos? A maior disrrupção de que já pudemos ouvir falar. Vamos ter gerações convivendo mas se entendendo em velocidades e formatos completamente diversos. O que é válido para mim não é válido para meu fiho. E o que vale para ele não é válido para os filhos dele. Não em termo de costumes ou cultura. Mas em termos de absorção da vida.

Parece-me que um fenômeno ocorrido quando da invenção da TV tende a se repetir novamente, só que em escala muito mais ampla. No começo do século XX, após o aparecimento da caixa de imagens, os primeiros profissionais a tentarem criar uma linguagem televisiva vieram todos da indústria do rádio. Habituados com o processo de somente transmitirem sons, eles criaram as primeiras atrações que não eram nada mais do que programas radiofônicos com imagem. Precisou aparecer a segunda e terceira gerações de profissionais televisivos para que a programação pudesse evoluir para apresentar os recursos que a tv conseguiu desenvolver até a realidade de hoje.

Esse fonômeno se resumiu aos profissionais envolvidos com a TV. Agora temos um acontecimento universal. Todos estão envolvidos, de alguma forma, com as mudanças que a digitalização da vida vem implementando. Não tem como escapar. A internet, a informática, tornam-se o verdadeiro Big Brother de George Orwell. 

Como profissional de marketing não posso deixar de pensar nisso todos os dias. Se ainda hoje os meios off-line são a referência diária da população, os meios on-line crescem cada vez mais a olhos vistos. Não dá para se prever quando ocorrerá a grande virada. Mas quem não estiver de olho certamente perderá o bonde da história.

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