Hoje eu fui andar de bicicleta no Parque do Ibirapuera. Domingo, tempo nublado, dia e clima perfeitos para um pouco de workout. Depois de voltas e voltas, resolvi parar para beber algo. Como, apesar do tempo nublado, o calor estava presente, os ambulantes estavam lotados. No lugar onde parei, como todos os demais vendedores, existe uma profusão de bebidas, mas prevalece o Gatorade e a água de coco.
Fiquei na dúvida, mas como tenho bebido muita água de coco em casa, optei pelo Gatorade. Aí o diabinho do marketing que vive na minha cabeça perguntou: E os outros? As outras pessoas? O que elas pedem? Fiz a pergunta para a ambulante e a resposta foi uma pesquisa de mercado gratuita:
“Olha, sai mais água de coco do que Gatorade. O povo que anda prefere a água. Gatorade é mais para os que fazem esporte ou andam de bicicleta” Taí, uma informação gratuita que a gente precisa, normalmente, gastar milhares de reais para descobrir.
Lógico que minha próxima pergunta foi o preço, já que poderia ser essa a razão. Que nada, o preço é igual, quatro reais por uma garrafinha de meio litro. Preço aliás, salgado. É o custo da conveniência.
Passei o resto do passeio pensando a respeito dos dois isotônicos. Gatorade, desenvolvido, em 1965, pela Universidade da Flórida e batizado devido ao time da cidade, o Flórida Gators. Se tornou um sucesso mundial a partir da vitória do time no final da Orange Bowl (o Superbowl dos times das universidades). E a água de coco, que passou a ser vendida, em 1995, em embalagem longa vida a partir da iniciativa de um ex-engarrafador mineiro de Coca-Cola.
Seria uma briga de mercado interessante, pois a água de coco pode se posicionar como um isotônico natural e, com isso, tomar o mercado do Gatorade entre as pessoas que buscam se livrar de produtos artificiais. Seria, pois a partir deste ano os dois produtos passaram a pertencer à mesma empresa. Em 2000, foi a vez da Pepsico comprar a Quaker, fabricante de Gatorade. E no último mês de agosto, a vez da Amacoco, fabricante de Kero-Coco e Tropicoco, se juntar à multinacional de bebidas.
Agora, o resto será história. A chance de Kero-Coco virar uma marca internacional é muito grande. Talvez seja mais uma força para fazer da Pepsico uma empresa maior que a Coca-Cola. É viver e ver.
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