Finalmente a Tv irá se tornar pessoal e móvel. Futurologistas preveem para daqui a 10 anos a venda de lentes de contato com tvs incorporadas. A miniaturização de componentes, como o que a gente vê no dia a dia acontecendo com os iPods, mais tecnologias como a TV Digital, apontam para esse caminho. Nem energia será um problema, pois a previsão é que elas funcionem a partir da gerada pelo corpo humano. Teríamos, então uma imagem formada sobre o que estamos vendo, ao estilo da visão do Robocop, ou a visão de programas, como hoje assistimos em telas de plasma ou LCD.
Mas o que a tv pessoal poderá afetar nossa forma de consumir programas? E como isso modificará a nossa forma de utilizá-la como meio publicitário?
A televisão, da mesma forma que o telefone, surgiu como um aparelho comunitário. Mais do que atender a família, servia também aos amigos e vizinhos nos seus primórdios. Lógico que, com o barateamento dos custos de fabricação, cada lar passou a ter sua própria TV e seu próprio número de telefone.
Num certo momento, o telefone conseguiu dar seu salto quântico, transformando-se de fixo e familiar, num aparelho individual e móvel. Explodiu, então, o mercado dos celulares, que atendia uma necessidade latente mal resolvida: a de manter as pessoas sempre contatadas umas com as outras.
A TV ainda não conseguiu esse intento. Estão saindo, agora, as primeiras tvs verdadeiramente portáteis, aquelas instaladas em celulares. Elas, mais a TV Digital, estão finalmente dando mobilidade aos antigos e pesados aparelhos de TV.
Mas o que acontecerá com ela quando tivermos essas maravilhosas tvs instaladas em lentes de contato?
Posso imaginar diversas mudanças, se considerarmos o on demand, o GPS, a internet, incorporados num mesmo equipamento.
Primeiro, podemos ir a campo de futebol e assistir a replays de gols e jogadas controversas sem perder a concentração no que acontece em campo. Segundo, um canal de previsão de tempo pode usar a nossa posição, indicado por GPS, e nos dar as previsões, ao olharmos para o céu. Terceiro, qualquer viagem que façamos pode ser ilustrada por canais de turismo e de história, ao olharmos um prédio, uma vista, ou algum objeto exposto em museus. Quarto, o caminho apontado pelo GPS pode ser visto enquanto você olha para as ruas, aumentando sua segurança.
Esses são exemplos. Podemos enumerar mais um milhão de outros. Em todos, a publicidade pode ser inserida e direcionada a cada um especificamente. Olhou para um shopping? Podemos incluir ali a publicidade de um restaurante, na hora do almoço, ou de uma livraria, no resto do dia. Assistiu ao replay no campo de futebol? A marca do patrocinador poderá estar sempre presente na imagem.
São somente 10 anos. Pouco tempo, quando se fala de adequar uma instituição centenária como a publicidade. Que já está tendo problemas em entender como utilizar e ganhar dinheiro com a internet atual. Se quisermos estar na cabeça da onda, precisamos começar a entender esse fenômeno desde já.
O único ponto que não consigo ver solução é como evitar que os alunos passem toda a aula de química sem aproveitar para assistir o último capítulo de Lost. Com certeza, os professores terão que pedir a todos desliguem suas lentes.
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