As verdadeiras revoluções na forma como nos relacionamos com o mundo ocorrem silenciosamente. Você precisa fazer um esforço para lembrar como o mundo era antes do computador, do celular, da internet. Essas tecnologias começam lentamente e, quando você percebe, é impossível não estar completamente envolvido com elas.
Confesso que venho acompanhando atentamente a evolução do livro digital, o e-book, e o lançamento dos diversos equipamentos de leitura eletrônica, como o Kindle, da Amazon, ou o Sony Reader, da Sony. Já brinquei com um e fiquei maravilhado. Como bom mineiro, não comprei, esperando o momento em que existirão títulos suficientes em português para justificar o investimento. Esse, inclusive, é o principal motivo pelo qual os e-readers em geral ainda não decolaram: falta a criação do iPhone dos livros eletrônicos, aquele equipamento que revolucione para sempre o jeito de se ler livros no mundo.
Porém me chamou a atenção a evolução do livro de papel num mundo digital e como certos editores e livreiros vem fazendo uma transição entre os dois mundos de uma forma muito suave e silenciosa. Se formos pensar bem, o problema dos livros é similar ao que os jornais vem enfrentando. As notícias nos diários chegam às bancas já velhas, pois não dá para competir com a atualização imediata do meio digital. Podemos dizer o mesmo de livros técnicos, onde certos assuntos são rapidamente deixados para trás.
Qualquer livro que tenha sido publicado sobre mercado de ações em agosto do ano passado já está completamente defasado. Quem seria doido o suficiente para investir de acordo com suas dicas, considerando-se a crise ocorrida em outubro de 2008?
Para sanar esse problema, algumas editoras começam a atualizar os assuntos abordados em páginas especiais na internet. E o que andei vendo esses dias me provou que existe sempre espaço para inovação. As editoras de livros de línguas estão fundindo os dois formatos em um só. Quase não existe uma separação entre o livro físico e o eletrônico. Você é enviado de um meio para o outro constantemente. Lógico que para esse tipo de publicação era uma evolução esperada e que resolve alguns problemas logísticos. Se no passado a substituição de fitas cassete por CD’s e DVD’s já havia facilitado a distribuição, a internet contribuiu mais ainda para facilitar a venda desse tipo de leitura. E abriu um novo canal para a comercialização dos produtos. Para se ter um sabor das possibilidades que esses livreiros estão gerando, visite o BusinessEnglishPod.
Agora, se você acredita que isso só se aplica a livros técnicos, não fique assim tão certo. Imagine o que poderia fazer a Rede Globo se decidisse utilizar toda sua estrutura a favor de maiores e melhores vendas. Você poderia comprar o livro A Casa das Sete Mulheres e ter acesso a um espaço exclusivo na globo.com para ver trechos especiais da mini-série produzida para a televisão. Isso para ficar no mais básico, pois as possibilidades são imensas.
Volto ao tema, brevemente, com mais exemplos. Talvez quando o livro eletrônico chegar de verdade já não conheçamos mais a separação entre o físico e o digital.
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