Está a maior bagunça em São Paulo. A prefeitura proibiu os ônibus fretados de trafegarem no centro da cidade, criando um cinturão em seu entorno. Aqueles que saiam de seus bairros e eram entregues a poucos metros de seus escritórios passaram a depender de outros transportes públicos para completarem seus trajetos, seja o metrô, o trem urbano ou mesmo os ônibus regulares.
Interessante foi a reação dos passageiros. Depois de alguns meses com os ônibus rodando com faixas dizendo algo como “este ônibus tira 20 carros das ruas”, os usuários começaram a fazer movimentos contra a proibição, fechando as principais avenidas como forma a chamar a atenção da população em geral.
Não é minha intenção analisar quem está certo nessa disputa, mas olhar o mesmo problema sob o ângulo da economia e do marketing. Não existe forma de extinguir a lei da oferta e procura. E os fretados são mais uma manifestação dessa lei.
De um lado temos o transporte público. Podemos dizer que, por característica, ele é barato, demorado e sempre cheio nos horários de pico. Do outro temos o transporte privado. Porém, para compensar a velocidade e a disponibilidade, o custo de manter seu próprio automóvel torna proibitivo para a maior parte da população.
No meio dessas duas realidades existe espaço para várias soluções. E aí surge o problema. Os táxis são regulamentados pelo governo. Os ônibus fretados não.
Como mercado existem consumidores para os dois tipos de serviço. Para os táxis, aqueles que aceitam perder um pouco de velocidade e disponibilidade do carro próprio pelo custo menor desse tipo de transporte coletivo. Para os ônibus fretados, consumidores que aceitam pagar um pouco mais por ônibus menos lotados e mais rápidos.
Lógico que existem outras soluções, como nos mostrou a onda das vans piratas que faziam o mesmo trajeto dos ônibus municipais, cobrando o mesmo custo, mas em menos tempo. Ou os táxis-lotação de Belo Horizonte, que funcionam como as vans, mas com carros normais e autorizados pela prefeitura da capital mineira em certos trechos específicos.
A demanda existe. O problema está na oferta não regularizada. Será que não seria lógico um melhor entendimento desse movimento dentro da população da cidade?
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