segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Twitter: Desejo ou necessidade?

Quem estuda ou estudou comunicação já se deparou com uma questão que sempre causa muita discussão e poucas conclusões: Publicidade gera desejo? A resposta politicamente correta é que não, não gera. Na verdade, a publicidade somente trabalha uma necessidade não atendida e dá foco em sua comunicação. Exemplo? Celular. A necessidade existia: poder falar a qualquer momento, em qualquer lugar. A publicidade amplificou essa necessidade. Com o desenvolvimento do mercado, podemos dizer que ela começou a trabalhar desejos existentes, que existem paralelos, quando torna um modelo específico um símbolo de status, ou de tecnologia, aumentando a preferência por um certo modelo. Se a pessoa pode ter um aparelho que resolva uma necessidade e um desejo ao mesmo tempo, por que comprar só o básico? Está feita a diferenciação.

Se isso é verdade, o que é o Twitter? Desejo ou necessidade? Ele já ultrapassou o número de 44 milhões no mundo. Seriam 44 milhões de pessoas que aderiram ao microblog porque tinham uma necessidade de se comunicarem com os amigos? Ou essas pessoas tinham o desejo de se manterem contatadas com o mundo?

Quem lê este blog regularmente, sabe que recorrentemente volto ao assunto das redes sociais. Nenhum fenômeno como esse aparece devido a desejos, mas a necessidades latentes não atendidas. Orkut, Facebook, Twitter e tantos outros só alcançaram a abrangência que tem hoje porque as pessoas já queria estar conectadas. Pode ser que esse seja um fenômeno contemporâneo, resultado da vida nas grandes cidades, onde o tempo para se manter as amizades é cada vez menor. Pode ser. De todo modo, é um movimento muito consistente, para não tentarmos entender o que se passa.

Lógico que nem todos os motivos para se estar numa rede social são os mesmos. É muito diferente a razão que leva uma pessoa a se inscrever no Twitter e manter seu perfil bloqueado, ou seja, só a segue quem ela quer, de uma outra pessoa que fica colecionando leitores para bater o recorde de seguidores. E ainda mais diferente das celebridades que criam perfis para atrairem para o mundo virtual a atenção que geram no mundo real.

Novamente, não vou tentar achar a resposta num simples post. Creio que esse movimento, o das redes sociais, é resultado de uma necessidade e não de um desejo. Mas o entendimento real do que isso gera pode nos dar uma vantagem no amplo mundo do marketing.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa perfeita a sua colocação. Atualmente defendo muito o Twitter e por várias vezes sou considerada uma viciada. E que seja uma viciada sim, mas em informação. Hoje sobrevivo sem o celular e televisão mas sem twitter eu acho que jamais.

abs.

 
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