Um dos princípios básicos que a gente aprende nas primeiras aulas de qualquer curso de economia é a lei da oferta e procura. É muito simples: qualquer produto ou serviço tem seu preço definido por dois fatores - quantas pessoas estão procurando comprar determinado produto e quantos produtos estão disponíveis para serem comprados. Quanto mais gente atrás de algo, mais o preço sobe. Quanto mais oferta do mesmo bem, mais o preço cai.
É so você se lembrar do show da Madona. Os dois primeiros shows tiveram ingressos vendidos pelos cambistas a R$ 30,00, muito inferior ao preço oficial de R$ 600,00, pela baixa procura. Um baita prejuízo para esses gentis representantes da Lei da Oferta e Procura. Em compensação, no último show, esses mesmos ingressos foram vendidos até por mil reais. Como era a última chance das pessoas, elas pagavam um extra para realizar o sonho de vê-la cantando.
Dois fatos me fizeram lembrar essa teoria. O primeiro, a notícia de que o número de pessoas que se formam para professor está diminuindo no Brasil. De acordo com o Censo da Educação Superior de 2007 do MEC, o número de pessoas que se formaram em cursos relacionados ao magistério caiu pelo segundo ano consecutivo. Contra 2006, a queda foi de 4,5%. Contra 2005, 9,3%.
É lógico esse movimento. Como diria Lady Kate, sem glamour nem dinheiro, a profissão de professor vem definhando no Brasil, diferentemente de outras profissões direcionadas para necessidades básicas como medicina e odontologia. Talvez o fato de que você não viva sem saúde, mas que sobrevive sem educação, ajude a existir essa distorção.
Mas mais interessante é a notícia de que, na Inglaterra, a carreira de cocaína está mais barata do que uma jarra de chopp ou um copo de vinho. Enquanto que para os ingleses tomarem meio litro de chopp o custo médio beira 2,75 libras e o vinho 3,50 libras, a carreira de cocaína ficaria entre 2 e 4 libras. E olha que esse preço é sem impostos!
De acordo com o ministro do interior, James Brokenshire, a queda do preço indica o aumento da oferta de cocaína no país. Segundo um porta voz do Home Office, departamento do governo inglês responsável pelo combate às drogas, "a redução no preço pode ser associada com o aumento da concorrência ou redução da demanda". Esse cara deve ser economista.
A boa notícia, pelo menos para a educação brasileira, é que o mercado se auto regulamenta. A queda do número de formandos em magistério resultará numa falta de professores para lecionar. Essa falta irá forçar as escolas a pagarem mais pelos profissionais disponíveis. O aumento dos salários fará com que mais pessoas queiram aprender a dar aulas. Isso acarretará em mais professores disponíveis no mercado. E por aí vai...Ao longo do tempo, o mercado se auto regulamentará. Quem viver, verá.
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